Caros amigos,
A transformação digital tem em seu “CORE” a Computação em Nuvem, estamos na corrida de migração de aplicações, infraestruturas para Nuvem, esse movimento se não feito com critério pode trazer um novo problema para o caixa das empresas que não se prepararam para uma gestão de custos na nuvem. Muitas migrações para nuvem continuaram utilizando o modelo de governança de custos tradicional utilizado no on-premise, que não deve ser aplicado na nuvem, que por definição não utiliza o modelo de capacidade definida, que aliada muitas vezes a ausência de controles adequados podem levar seu negócio à gastos excessivos e desperdícios de recursos, pois no ambiente em nuvem tudo muda a qualquer momento e você pode começar a ver sua fatura no fim do mês mais “salgada” mais do que imaginava.
No mundo que inicie na tecnologia tradicional, aqui abro um parêntesis “Mainframes e redes Novell com TCP/IP”, o cenário era o analista abrir uma requisição de recursos que incluiam hardware, software e licenças e o financeiro aprovava, e Voil, os recursos estavam disponíveis. Nesse contexto do passado os ciclos de compras eram longos e na maioria das vezes ineficazes pois vez e outra causavam o superdimensionamento, porque havia um mindset “É melhor sobrar do que faltar”, afinal de contas passar pelo processo de compra nunca foi fácil, não é ?
Porém atualmente na Nuvem, o analista compra seus serviços em nuvem ao toque de um click, os Devs escalonam seus códigos ad-hoc, e o financeiro não tem visibilidade online dos gastos, que são variáveis, e podem resultar em imprevisibilidade que são perigosos para o negócio.
Pensando nesse problema que afeta empresas dos mais diferentes seguimentos foi criado o FinOps. Mas o que é FinOps? É um modelo operacional que combina as melhores práticas e cultura para aumentar a habilidade das empresas em entender os custos na nuvem, integrando as áreas de Finanças, Tecnologia e Negócios.
Destaco que FinOps vai além de economizar, cortar custos, é sobre gerenciar e uso da nuvem para fazer dinheiro e criar valor. Porém podemos cair no dilema que para inovar é necessário investir em nuvem sem atrapalhar a agilidade no processo. Assim o FinOps une, o analista e financeiro, compartilhando responsabilidade financeira sobre o custo variável da nuvem, trazendo agilidade, previsão de custos e orçamentos mais eficientes e precisos.
Diversas empresas estão começando a despertar para esse modelo de governança, porque passaram a entender que precisam controlar os custos na nuvem especialmente em arquiteturas multicloud.
Segundo Pesquisa da FinOps Foundation, divulgada em 2020, mostra que 42% das empresas estão utilizando ferramentas de gerenciamento multicloud, aumento de 9% em relação ao ano anterior.
O mesmo estudo aponta o nível de maturidade das organizações em FinOps, classificando-as como: Crawl (nível básico), com 43,5%; Walk (precisam amadurecer), com 41,5%; e Run (prática madura e em evolução), com 15%.
A tendência é que esse mercado cresça consideravelmente, considerando os todos benefícios que o FinOps pode oferecer para brecar os desperdícios e afinal, já vi muitos clientes que por conta do descontrole ventilaram voltar ao modelo de on-premise.
A implementação deve contar com apoio da alta gestão da empresa, que precisa fomentar a formação de uma cultura de responsabilidade financeira, para melhorar tomada de decisão baseada em dados, construir um modelo operacional financeiro alinhado à dinâmica da nuvem, isso vai desde à criação de Squads de produto capacitadas, com autonomia, visibilidade e responsabilidade, isso habilita a empresa a governar suas despesas por linha de negócios.
A Cultura FinOps
O FinOps é um ciclo que precisa ser executado continuamente, dividido em três etapas:
· Visibilidade dos custos.
· Otimização: como gastar da melhor, detectar oportunidades de cortar custos e como utilizar os recursos de acordo com a necessidade.
· Operação – gerencial do FinOps com estratégias usadas de acordo com o negócio.
Como toda mudança de cultura exige dos gestores e envolvidos no processo dedicação e conhecimento profundo da operação o que pode ser um desafio extra para as empresas. Tenho relato de diversos clientes que necessitam de apoio de um parceiro como a @deoit, para obtenção de resultados de todo o potencial do FinOps.
O parceiro de FinOps pode atuar em todo o ciclo ou em parte dele, de qualquer maneira isso exige planejamento, reuniões semanais com os envolvidos para alinhamento com negócio afim de verificar possíveis impactos positivos e negativos, outro aspecto importante é definir o modelo de equipe integral ou híbrida, para trabalhar junto ao time da empresa colaborativamente.
Sou um aficionado por Indicadores, um dos princípios básicos da Administração é “Não se controla o que não se mede”, esse chavão cabe aqui como uma luva!
A Construção Painéis ou Dashboards online para visualizar e aferir todos os custos, planejamento são recomendados, além da criação de alertas quando houver indicadores acima do desejado a margem estabelecida!
Lembra que eu citei acima sobre aferição por produto/aplicação traz a visão por mais sistemática que faça sentido ao seu negócio, aqui é precisa pensar com carinho!
O FinOps, sem dúvida, traz a cultura da colaboração, corresponsabilidade, fluidez.
Concluo afirmando que a Nuvem é o motor de crescimento da transformação digital, adaptar-se a ela com visibilidade e previsibilidade são vantagem competitiva para seu negócio.
Até a próxima
Halan Borges