Conheço muitos profissionais de tecnologia que vivem imersos na “BOLHA” do mundo Tech e por muitos anos eu também fui um desses, repleto de saberes, acrônimos e dogmas tecnológicos na ponta da língua, mas desde que me tornei um empreendedor consegui ver além e expandir significamente minha visão para além da minha bolha…
Nesse artigo quero compartilhar um pouco sobre a teoria da Antifragilidade, proposta pelo economista e professor emérito na Universidade de Nova York, Nassim Nicholas Taleb, que traz um conceito revolucionário que amplia e refina o entendimento sobre como sistemas e entidades reagem ao estresse e à volatilidade principalmente nos mercados financeiros, porém não limitado apenas essa área.
Taleb introduz pela primeira vez essa teoria em seu livro “Antifragile: Things That Gain from Disorder”, onde explora a ideia de que alguns sistemas não apenas sobrevivem ao caos e à incerteza, mas se beneficiam deles.
Posso afirmar que a Antifragilidade vai além da resiliência e robustez. Um bom exemplo é que enquanto sistemas “resilientes”, palavra da moda hoje dia, conseguem absorver choques e retornar ao estado original, por outro lado sistemas robustos são resistentes a esses choques, os sistemas antifrágeis se fortalecem com a exposição ao estresse e aqui está o “Pulo do Gato”, em outras palavras, são extraídos benefícios do estresse e da volatilidade, que são utilizados para melhorar e evoluir. Interessante, não é?
Um outro exemplo trazido por Taleb é do músculo para ilustrar a antifragilidade: ao ser submetido a cargas e tensões, o músculo não apenas resiste, mas se fortalece e cresce. Da mesma forma, sistemas antifrágeis são aqueles que prosperam em condições adversas e imprevisíveis. Taleb aplica esse conceito a uma variedade de contextos, desde economia e finanças até saúde e sociedade e porque não a segurança cibernética?
Antifragilidade e Cibersegurança
Sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer, porém muitas empresas que já despertaram para a importância da segurança cibernética como disciplina de cultura organizacional e negócios e estão a frente, ou pelo menos deram o primeiro passo para se tornar cada vez mais antifrágeis, aqui eu faço uma provocação como de costume!
Você tem visibilidade ampla de ameaças, brechas e ataques que tem sofrido?
Agora a antifragilidade brilha, pois aponta a capacidade de um sistema de se beneficiar do estresse e da incerteza, como um vetor poderoso para entender e melhorar a segurança digital da sua organização.
Na prática, as esmagadoras abordagens de segurança cibernética se concentram em criar defesas robustas contra ataques conhecidos e mitigar riscos com base em previsões de ameaças. Porém, todavia, contudo, isso pode não ser suficiente, dado o ritmo acelerado da inovação em técnicas de ataque e a complexidade crescente dos sistemas muito também por conta da adoção da Inteligência Artificial para fins criminosos.
Você pode estar se perguntando… Como iniciar uma jornada para um sistema cibernético antifrágil? É necessário abrir a mente e ir além de apenas resistir a ataques, mas também aprender e se adaptar com base nas ameaças enfrentadas, SOCaaS?. Como em ourtos artigos insisto que ferramenta são necessárias, mas são apenas ferramentas, e não resolvem tudo, portanto é fundamental evitar proteção estática e imutável, e buscar soluções com abordagem antifrágil afim de criar mecanismos que possam evoluir e melhorar com o tempo, aproveitando o estresse e os desafios para se fortalecer com tempo como aliado.
Seguem alguns principios básicos para implementação:
Aprendizado Contínuo e Adaptação:
Cada tentativa de ataque fornece dados preciosos que ajudam a refinar as defesas e melhorar a capacidade de resposta.
Testes de Penetração e Simulações:
A realização de testes de penetração e simulações de ataques permite antecipar cenários adversos em um ambiente controlado, é melhor previnir do que remediar.
Redundância e Descentralização:
A regra de Quem tem um não tem nenhum! a teoria antifrágil também é refletida em estratégias como a redundância e a descentralização, Multinuvem?.
Resiliência Organizacional e Cultural:
Cultivar uma cultura de segurança através de treinamentos regulares, atualizações de protocolos e uma mentalidade proativa em relação à segurança cibernética ajudam as equipes a se tornarem mais eficazes na detecção e resposta a novas ameaças.
Pra fechar! A teoria da antifragilidade de Nassim Taleb traz uma nova perspectiva sobre como sistemas e entidades podem interagir com o caos e a incerteza.
Vá além de apenas buscar resiliência, aproveite o estresse e a volatilidade para se fortalecer e evoluir.
Aplicar esses princípios podem transformar a forma como enfrentamos desafios e tomamos decisões, promovendo um mundo mais adaptativo e inovador.
Até a próxima
Fraterno abraço