A Resiliência “diz respeito ao quanto podemos gerar de contrapartida usando exatamente a energia que…”
“Teoricamente, seria a responsável por nosso desgaste”.
De tempos em tempos alguns termos são tomados por empréstimo e utilizados em segmentos diferentes daqueles de onde se originaram. Um termo em especial, ocupou os últimos anos e foi aplicado insistentemente pela psicologia e pela área de recursos humanos e gestão de pessoas. No contexto corporativo, então, foi e ainda é utilizado exaustivamente.
O termo resiliência, na física, de onde foi emprestado, é conceituado como a propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura.
Este conceito foi redefinido e incorporado no ambiente empresarial como sendo uma habilidade pessoal. É a capacidade do indivíduo em responder às situações adversas, problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão sem se desestabilizar emocionalmente ou recuperando rapidamente seu equilíbrio. De modo bem coloquial, seria o limiar individual em “aguentar o tranco, sem espanar” e, ainda, responder positivamente às demandas existentes. Esta característica é considerada um grande diferencial competitivo.
Neste caso especificamente foi positiva a incorporação deste termo, pois uma série de estudos foi realizada para esmiuçar este conceito e a sua real abrangência no cotidiano das empresas.
Ainda assim, talvez uma parte muito relevante tenha passado despercebida. Continuando no campo da física, o limiar de resiliência ainda está ligado aos conceitos relativos à plasticidade e elasticidade e inclui o percentual da energia devolvida após a deformação. Isso mesmo. Além de não ceder às pressões, resiliência diz respeito ao quanto podemos gerar de contrapartida usando exatamente a energia que, teoricamente, seria a responsável por nosso desgaste. Parou para refletir sobre isto?
Parece incrível, mas, resumidamente, esta tal resiliência também deve ser considerada justamente a capacidade de tirar dos desafios, das situações desfavoráveis, o combustível essencial para seguirmos adiante.
E é aí que reside a grande questão. Se formos fazer uma avaliação criteriosa, grandes líderes, campeões e ícones da humanidade utilizaram exatamente esta força, que denominamos hoje resiliência, para lutar com mais fervor e conquistar seus objetivos. Quer exemplos? Nelson Mandela, Ayrton Senna, Dalai Lama, Martin Luther King… Só para citar alguns.
Contudo, para isto é necessária muita competência. Logicamente, não falo de competência técnica e sim de competência comportamental. Infelizmente, o que é uma menina dos olhos dos gestores e deveria ser um exemplo nos líderes, torna-se cada vez mais uma utopia. Fruto natural de líderes que fazem questão de manter a pose, quando, na verdade, são totalmente despreparados para lidar, não apenas com a responsabilidade de seus cargos, mas, principalmente, demonstram nitidamente a falta de habilidade em lidar com pessoas.
E a pergunta que talvez possa surgir é: Mas, como então, Carturan, podemos adquirir resiliência?
Algumas pessoas talvez tenham naturalmente esse atributo bem desenvolvido. Porém, se você acha importante fortalecer isso em você, parta de duas premissas: autoconhecimento e inteligência emocional.
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